Historicamente,o tema do desejo sexual é contraditório e dificilmente analisado a partir deuma perspetiva neutral (Leiblum, S.R., 2010). Ao longo dos anos, através deregras e normas emanadas pelas estruturas hegemónicas das culturas vigentes, estevesempre ao serviço da regulação social.
Odesejo sexual é atualmente um fator fundamental na conceptualização daidentidade, orientação e no funcionamento e disfunção sexual (Wood, JM., Koch,P. e Manfield, P., 2006). Daí, as referências sistemáticas ao tópico nas discussõescientíficas sobre sexualidade.
Paradoxalmente,a análise da história do século XX revela como, pelo menos para as mulheres, asua variação foi sempre patologizada, mas não no mesmo sentido: se no início doséculo era considerada aberrante ou doentia a mulher quando excessiva noapetite sexual, décadas depois seria considerado patológico a inexistênciaou abaixamento do desejo e assim categorizado nos manuais depsiquiatria. Desta forma, sob a capa clínica e da cientificidade, sucederam-seolhares punitivos, constritores e, eventualmente, confusionais: de um momento, Nãopodes desejar, nem sentir prazer, passamos para outro em que tens de sentirprazer e o normal é desejar.