Uma reflexão a propósito da unidade curricular de história e antropossociologia da sexualidade.
Como é que a sexualidade uniu São Paulo, Freud, Egas Moniz ou Oliveira Salazar (…) ou estaremos sempre a falar de outra coisa qualquer?
O primeiro, um dos principais ideólogos da igreja católica, equiparou o sexo a outros pecados mortais. Na carta aos Gálatas (Vaz,2003), o sexo, enquanto desvio moral, é referido a par com outros comportamentos, que enumerou num extenso cardápio:
“fornicação, impureza, devassidão, idolatria, feitiçaria, inimizades, contenda, ciúme, fúria, ambições, discórdias, partidarismos, invejas, bebedeiras, orgias (..) os que praticarem tais coisas não herdarão o reino dos céus!”. O casamento seria um mal menor, na impossibilidade da abstinência sexual: “bom seria que o homem não
tocasse em mulher, mas, por causa da fornicação, tenha cada homem a sua própria mulher e cada mulher o seu próprio homem”.